A Bienal do Livro Rio 2023 chegou-se ao fim neste domingo (10/09) em clima de balanço: organizada pela GL Events Exhibitions e pelo SNEL – Sindicato Nacional dos Editores de Livros, as instituições confirmaram as expectativas levantadas e anunciaram números recordes e uma edição histórica.
As empresas relataram aumentos expressivos de vendas e a organização da Bienal anunciou o público oficial em 710 mil pessoas durante os 10 dias da 21ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que em 2023 comemorou 40 anos de existência, com 200 horas de programação, com mais de 300 atrações, entre brasileiros e estrangeiros e, 380 autores em sua programação oficial, 497 editoras e 5,5 milhões de títulos vendidos, cerca de 9 exemplares por pessoa.
A celebração dos 40 anos da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, em 2023, foi tão grandiosa nesta 21ª edição, que até o Cristo Redentor “vestiu” a camisa do evento. Foram 5,5 milhões de livros vendidos, contra 2,5 milhões da Bienal de 2021, afetada pelas restrições da pandemia e 4,1 milhões de 2019. O resultado foi alavancado pelos vouchers que o Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro distribuíram aos alunos, professores e servidores das escolas públicas, que compuseram parcela significativa dos visitantes. Nos últimos 3 dias da Bienal, os seus três pavilhões (Laranja, Azul e Verde) e todos os seus auditórios, praças de eventos e as três praças de alimentação ficaram superlotados.
Entre os maiores estandes, os números impressionam, mesmo quando a comparação se faz com a Bienal do Rio 2019 (antes das restrições da pandemia) e com a Bienal de São Paulo de 2022, que para muitas editoras já havia sido a maior de todos os tempos. No Grupo Editorial Record, o crescimento registrado foi de quase 50% em relação a 2022. A Record comercializou durante o evento cerca de mil títulos diferentes e afirma ter vendido 100 mil livros.
A Companhia das Letras também divulgou ter atingido, pela primeira vez, a marca de 100 mil exemplares vendidos em uma Bienal do Livro. O Grupo não divulga comparativos em relação aos outros anos. A Rocco vai fechar com faturamento 135% acima de 2019 no Rio, e 85% acima de São Paulo em 2022, que já tinha sido a maior da história para a editora. A Globo Livros teve a sua “melhor Bienal de todas”, com aumento de 60% no faturamento em relação aos resultados da Bienal do Livro de São Paulo.
O Grupo Autêntica registrou um faturamento 76% superior em relação a 2019. E a Melhoramentos registrou vendas 30% superiores em relação à Bienal do Livro Rio 2021. Sextante e Arqueiro levaram nove autores para participar da programação e venderam 60 mil livros durante os 10 dias de evento – número 40% maior do que na Bienal de São Paulo de 2022. Já a Intrínseca afirma ter vendido 70 mil livros, 30% a mais do que na capital paulista no ano passado. A Planeta, que não participou da Bienal em 2021, alcançou em 2023 um crescimento 80% maior do que em 2019, segundo Gerson Ramos, diretor comercial da editora.
Conforme o presidente do conselho de administração da editora paulista, Lura Editorial, Roger Conovalov, essa 21ª edição da Bienal, quando se completou 40 anos, registrou uma série de números positivos. “A LURA participou pela primeira vez da Bienal do Rio em 2017, mas o evento cresceu demais, expandiu seus horizontes, criou conteúdo novos, pavimentando o caminho de inúmeros outros eventos literários pelo país. Trouxemos para Bienal autores de várias regiões do Brasil, a exemplo do escritor baiano Athylla Borborema que lançou conosco, o seu novo título: “Tem alguém mais gato do que eu?”, uma obra magnífica sobre a aliança entre os humanos e os felinos, que foi uma das nossas grandes conquistas de vendas na Bienal do Rio. São obras como a do Athylla Borborema que ajuda a consolidar a Bienal na memória afetiva de milhares de pessoas e, neste ano, a ideia foi exatamente isso, desenhar conteúdos que percorrem as trilhas do conhecimento em uma variedade de assuntos e ampliando o lugar de fala, atravessando questões contemporâneas fundamentais”, ressaltou Roger Conovalov.
Com mais de 40 livros publicados na carreira e pela 5ª vez na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, um velho conhecido do jornalismo policial no território capixaba, ex-repórter da Rádio Espírito Santo AM de Vitória, o escritor Athylla Borborema também comemorou os resultados. “Com certeza, foi uma participação histórica. É sempre uma experiência maravilhosa estarmos próximos do público, recebendo o carinho daqueles que já nos acompanham e aproveitando o espaço para conquistar novos leitores. Batemos nossas metas, fizemos ótimas conexões e reafirmamos que os livros ainda têm muito a dizer. A sensação é de dever cumprido e empolgação”.
“Estive aqui pela primeira vez em 2015, quando lançamos o nosso romance “A menina do céu cor-de-rosa” e este ano, atingimos a nossa 5ª Bienal do Rio. “A cidade do Rio de Janeiro, em cada nova edição da Bienal do Livro, renova sua vocação de capital cultural do Brasil, se revestindo de conhecimento, saberes e, acima de tudo, de uma estética literária única. A Bienal do Livro do Rio é um evento mágico e maravilhoso, afinal de contas, o Rio de Janeiro é o Estado que mais nos proporcionou resultados positivos até hoje na minha carreira literária, tanto em vendas de livros e abertura de espaços, quanto em reconhecimento público e abertura acadêmica”, salientou o escritor Athylla Borborema.
E acrescentou: “A Bienal do Livro Rio 2023 ficará marcada pela forte conexão entre as pessoas e as histórias que amam, reforçando a criação desta semente pela leitura que o país tanto precisa. Ver os pavilhões lotados de leitores, nos enche de esperança de um dia podermos chamar o Brasil de uma nação leitora, pois a multidão de jovens leitores nos dá a certeza de que a nova geração encontrou o prazer da leitura. Para mim, como escritor, a Bienal é o momento de ver in loco a realização de muitos sonhos, desde a concretização das histórias nas páginas dos livros até o abraço emocionado daqueles que, além de leitores, são verdadeiros fãs dos livros e dos seus autores”, festejou
E adicionou Athylla Borborema: “Estamos falando do livro como ponto de partida ou chegada, a partir de uma transversalidade com os mais diversos tipos de mídia, porque os assuntos tratados no livro físico também viram séries, filmes, games, música, e isso garante que as histórias possam atrair mais pessoas formando novos leitores, já que o livro é sempre o protagonista. Realmente saímos da Bienal impactados com a força do livro”, comemorou Athylla Borborema.